Por Melissa Segundo
Super Mario, Sonic, Legend of Zelda, Resident Evil, Angry Birds, Assassins Creed, Minecraft… Mesmo quem nunca jogou games já deve ter ouvido falar de pelo menos alguns desses nomes.
Muitos de nós crescemos jogando videogame, seja em casa, no vizinho, ou no fliperama com os amigos. Essa tão nova mas tão influente e diversificada plataforma de entretenimento hoje tem uma força equiparável (ou até maior, futuramente arriscando dizer) que o meio cinematográfico.
Sendo assim, nada mais justo que um documentário explorando esse mundo fascinante presente no cotidiano de grande parte da população.
Video Games – O Filme (2014) é um documentário que se propõe a narrar a evolução do mundo dos videogames desde a sua origem até os dias atuais. Mas na verdade ele acaba por fazer bem mais do que apenas mostrar a trajetória de jogos e consoles famosos, baseando-se no discurso de que os videogames se tornaram parte da nossa cultura.
Nos primeiros três minutos temos a abertura do filme com uma síntese de vários jogos antigos de sucesso, mesclados a suas músicas tema e pequenas animações de transição. De início parece ser ativado uma espécie de “botão nostalgia” em nosso cérebro à medida que identificamos cada um dos personagens apresentados ali. Essa nostalgia nos acompanha durante todo o filme, conforme avançamos e retornamos em uma linha do tempo, representativa desses “personagens” marcantes, ainda que em certos momentos seja preciso prestar muita atenção para não perder o fio condutor. Ao todo, o documentário segue um ritmo acelerado, buscando comprimir quarenta anos de informação em quase duas horas de filme.
Com uma visão por demais otimista dos videogames como ferramentas de aprendizado, entretenimento, socialização a até mesmo como forma de arte, os argumentos apresentados conseguem nos convencer até certo ponto, dado que o filme aborda apenas superficialmente a polêmica dos jogos violentos que a mídia tanto critica. Da mesma maneira não podemos falar dos vários ganchos que poderiam ser destacados ao se comparar o formato com a literatura e, principalmente, com o cinema. Afinal o mundo dos jogos parece agregar cada vez mais elementos que antes eram exclusivos de meios de expressão mais tradicionais. A elaboração de um game exige hoje a participação de um conjunto de profissionais como roteirista, ator, diretor de arte, diretor de fotografia e sound designer, tornando-o um produto audiovisual tão complexo quanto o cinema.
Tendo mais altos do que baixos, o documentário é uma experiência deliciosa, principalmente para os amantes de jogos. Não há como não se identificar com o sentimento de entusiasmo ao relembrar games do passado e perceber suas perspectivas de futuro. Como foi dito por um dos entrevistados “é como voltar a ser uma criança de novo”. Na verdade até mais do que entrar numa máquina do tempo, assistir a Video Games – O Filme é entender um pouco mais sobre uma arte jovem e cheia de possibilidades criativas.