A INVENÇÃO DE HUGO CABRET

Por Camila Mota

As pessoas sempre me perguntam por que fui estudar cinema, o que aprendo na faculdade e assim por diante. No início sentia somente um prazer que não sabia bem de onde surgia, em estar ali aprendendo sobre algo tão maravilhoso e que muito me intrigava. As curiosidades eram tamanhas, como um filme surgia, como as histórias eram escritas, como se filmava, como editava e várias e várias dúvidas.

Lembro que os primeiros filmes que vi, em preto e branco e mudos, me levaram para um mundo totalmente diferente desse em que vivo, e me imaginei por diversos momentos trabalhando naqueles filmetes dos irmãos Lumiére ou de George Mélies, filmes que muitas vezes transportava sonhos para as telonas.

Em 1895, o cinema surgiu. Claro que não tinha uma narrativa tão bem amarrada como a dos filmes atuais, nem a mesma duração, mas ainda assim possuía uma história que nos envolvia. Os irmãos Lumiére foram os pioneiros nesse novo tipo de arte. A Chegada do trem na estação e Saída dos operários da fábrica causaram frisson no público, que viu algo completamente novo surgir diante de seus olhos.

Logo depois dos irmãos Lumiére, surgiu George Mélies, que fazia um cinema de atração, ou seja, encenava peças, e a partir dessas encenações ele gravava seus filmes, que por alguns anos alegrou, e muito, as crianças e também os adultos, em vários lugares ao redor do mundo.

No filme a Invenção de Hugo Cabret, Martin Scorsese nos conta a história do que aconteceu a George Mélies depois que a guerra explodiu e seus filmes não fizeram mais sucesso. Os jovens que voltavam da guerra não queriam mais assistir àqueles filmetes, que para eles não tinham mais nenhuma graça. A inocência fora perdida em meio a tantos mortos e feridos.

É através do menino Hugo Cabret e da sobrinha de George Mélies que revivemos os momentos de glória do cinema. As crianças descobrem que um filme do cineasta francês não havia sido perdido durante a guerra, e essa descoberta faz com que Cabret se alegre novamente e conte a verdadeira história da sua vida, à qual está intimamente ligada à história da invenção do cinema.

É importante ainda citar que Scorsese consegue reconstituir em várias sequencias imagens dos primeiros filmes gravados no mundo – como do já citado A chegada do trem na estação – . Em todas as sequencias que contam a história de Mélies são inseridas imagens do primeiro cinema.

Assim, ele ganha pontos ao mostrar com uma linguagem inovadora um pouco da história do cinema mundial, de como a sétima arte transformou-se ao longo dos anos, e como, desde sempre, ela serviu para realizar sonhos que muitas vezes achávamos ser impossíveis.

Portanto, finalizo afirmando que A Invenção de Hugo Cabret foi um dos filmes mais bonitos que assisti nos últimos anos, pois fez com que eu reafirmasse mais uma vez o meu “por que de estudar cinema?”. Estudo cinema porque posso, através do meu olhar,  mostrar ao mundo um pouco dos meus sonhos.

Um comentário sobre “A INVENÇÃO DE HUGO CABRET

  1. camila

    eu acho porque eu posso com o cinema transferir para o público o que sinto… minhas emoções,imaginações e outras coisas enfim eu acho que o cinema é tudo o que podemos expressar!!!!! você já se perguntou oque mais gosta de fazer? bom eu gosto de assistir cinema a coisa que eu gosto de fazer inclusive esse filme Hugo amei os efeitos a imaginação e etc.
    E você já se perguntou O que mais gosta de fazer?

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