O filme A alegria, de Felipe Bragança e Marina Meliande, cresceu de importância por ser uma obra que, de certo modo, anunciou toda uma onda de inconformismo que irrompeu na juventude brasileira e a impeliu às ruas nos últimos seis meses. Esta sensibilidade atenta ao presente é um dado merecedor de destaque, pois recusou certos padrões de conduta quando o assunto era a representação do jovem pós-queda do muro de Berlim. Enquanto os saudosistas entrincheiravam-se na utopia perdida da década de 1970, os dois realizavam um roteiro atento aos movimentos mínimos de descontentamento que arrepiava a pele dos jovens e, aos poucos, mobilizava seus corpos para a manifestação de um ímpeto heroico de salvação. Falei mais pausadamente sobre isto em uma crítica que escrevi há algum tempo atrás aqui http://www.cinecachoeira.com.br/2011/06/a-alegria/ Por isso, é motivo de grande felicidade para nós postarmos o roteiro do filme em nossa revista e contribuir para uma nova visão sobre o longa-metragem, que dialoga bastante bem com Depois da chuva, de Cláudio Marques e Marília Hughes, também contemplado com um artigo nessa edição. Ambos são filmes que dão crédito aos jovens, colocando-os como os vetores transformação social.
Segundo Marina Meliande “Esse roteiro sofreu modificações nas ultimas semanas antes das filmagens. O que se lê a seguir foi a ultima versão completa utilizada nos ensaios com atores e data de julho de 2009.”
Acessem o roteiro por aqui