GRAVIDADE

Por Guilherme Sarmiento Pode-se dizer que a grande sacada do diretor mexicano Alfonso Cuarón em Gravidade, além de realizar um filme que impressiona pela capacidade sinestésica, envolvendo o espectador em camadas de sensações deliberadas por um corpo à deriva, foi encontrar um ambiente ideal para elaborar um conjunto de metáforas audiovisuais,…

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O SABOR DA MELANCIA

UM MUSICAL EXCÊNTRICO Por Guilherme Sarmiento  Este artigo foi desenvolvido no âmbito de projeto de pesquisa sobre musicais cinematográficos beneficiado pelo Edital Fapesb 11/2013, de apoio à formação e articulação de redes de pesquisa no Estado da Bahia,  gerido pelo no Laboratório de Análise Fílmica do Póscom/UFBA. Tsai Ming-Liang despontou nos…

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RUA AUGUSTA

Por Camila Mota Leandro Roque de Oliveira, mais conhecido como Emicida, é um rapper brasileiro que traz em suas letras questões de sobrevivência na favela, problemáticas sociais e politicas. Já lançou 3 discos e um EP, os quais fizeram grande sucesso na cena hip-hop nacional. Tendo em sua carreira atuado…

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UM FILME PARA MICHAL

PRIMEIRO LONGA UNIVERSITÁRIO BAIANO Por Guilherme Sarmiento   Conheci Michal quando prestava concurso para Professor Adjunto da UFRB. Estava inquieto em cima dos lençóis finos e deslizantes do Cachoeira Apart Hotel. No outro dia, apresentaria meu memorial para a comissão julgadora e, depois, quem sabe, nunca mais voltaria àquela cidade…

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OS DOCES BÁRBAROS

Por Rafael Rauedys   “Música, resistência e transgressão”, palavras que se encontram inscritas na célula de cada um dos filmes de Jom Azulay, Rogério Sganzerla e Antonio Fontoura. Produzidos num período muito singular do Brasil, essas obras cinematográficas marcam, assim, os códigos com que a música brasileira a partir de…

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FOME POR GORE

  Por João Marciano Neto   Traduzindo do inglês,  gore é um termo usado de várias maneira, entre elas para indicar “sangue coagulado”. O termo gore (também conhecido como Splatter) é constantemente associado ao terror por razões bem simples, já que o uso de violência gráfica com o intuito de…

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O CINEMA FALADO

TRATADO SOBRE VERBORRAGIA   O som deve dar a impressão de ecoar o sentido Alexander Pope   Por Guilherme Sarmiento   Um dos aspectos que mais chama a atenção em O cinema falado(1986), primeira e única incursão cinematográfica de Caetano Veloso na direção, é justamente a capacidade explicativa e evasiva…

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NANOOK ENSEMBLE

POR DENTRO DA ORQUESTRA Por Cláudio Seixas   Introdução Os organizadores do primeiro festival de documentários da cidade de Cachoeira, CachoeiraDoc, na Bahia, em 2010, propuseram que a abertura desse evento fosse feita com a exibição do filme Nanook do norte (Nanook of the north, 1922), dirigido por Robert Flaherty,…

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PARCERIA VIDEOCLÍPICA

 ANNIE LENNOX & SOPHIE MULLER Por Rodrigo Ribeiro Barreto   No contexto anglo-estadunidense, artistas femininas participaram precocemente da consolidação e popularização dos videoclipes. Tal inclinação primeva em utilizar os vídeos musicais se contrapôs a uma indisposição disseminada no mainstream musical e roqueiro, que no fim dos anos de 1970 e início…

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VIDEOCLIPE NO RECÔNCAVO

UMA CARTOGRAFIA MUSICAL Por Cláudio Manoel Duarte (claudiomanoelufrb@gmail.com) A ideia é simples. O projeto Videoclipe no Recôncavo é uma das atividades de elaboração de conteúdos da disciplina de Produção do Curso de Cinema e Audiovisual da UFRB, em articulação interdisciplinar com Oficinas Orientadas de Audiovisual e, eventualmente, com Direção. A articulação dessas disciplinas…

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CRIME NO SACOPÃ

FILME PERDIDO OU ESCONDIDO?   A Trajetória do Artesão Sonhador Roberto Pires, nascido em Salvador em 29 de setembro de 1934, foi o “cineasta e inventor” da cinematografia baiana. Mesmo tendo Alexandre Robatto Filho como pioneiro, é Roberto quem vai conseguir angariar esse titulo, com sua teimosia, tenacidade e persistência,…

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VISÕES DA MARGEM

COPACABANA MON AMOUR E O SOM AO REDOR Por Rafael Rauedys De A margem a estética da marginalização Em 1967, Ozualdo R. Candeias lança seu primeiro longa metragem, intitulado A margem. Seu filme surge num cenário que configura o que poderíamos chamar do protótipo de um novo movimento cinematográfico brasileiro,…

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JARDS

Camila Mota Cinema e música unem-se novamente no documentário de Eryk Rocha. Não é nenhuma novidade vermos essas duas formas artísticas agirem de maneira conjunta, afinal desde os primórdios do cinematógrafo que a música o acompanha. O que chama atenção em Jards é a maneira artesanal com que Eryk Rocha…

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TRABALHAR CANSA

  Por Ian Gadelha   Trabalhar cansa é um filme diferenciado dentro do cinema brasileiro contemporâneo: não pela temática que aborda, mas pela escolha de um viés sobrenatural e fantástico para temas tão caros à sociedade. A trama é simples: Helena, mulher de classe média, resolve alugar um velho mercado…

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AMOR

MICHAEL HANEKE E AS LÁGRIMAS Logo que cheguei à Sala de Arte Vivo Paseo, localizada em um shopping pequeno e burguês, onde se serve no saguão comida mexicana com um acentuado gosto de cominho, uma velhinha simpática pegava da mão do bilheteiro o seu troco. Ela iria assistir ao filme…

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CANÇÃO DE BAAL

UM ÉPICO CONTEMPORÂNEO.    Por Angelita Bogado   Helena Ignez, atriz consagrada pelo cinema brasileiro, apresenta ousadia e originalidade em seu longa metragem de estreia Canção de Baal (2008). Inspirada na obra do dramaturgo alemão Bertolt Brecht (1898-1956), Ignez reverencia o teatrólogo, mas também o subverte. Esta leitura apontará o…

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FEMINA

CONTRIBUIÇÃO PARA UM CINEMA MAIS FEMININO [vimeo 54336614] Por Paula Alves     A mulher no cinema   Segundo Buet (BUET, 1999: p.4-19), nas primeiras décadas do cinema, as mulheres estavam presentes principalmente como atrizes e assistentes. A presença na direção era rara. O cinema de mulheres desponta na Europa especialmente…

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GARAPA

  Por Jessé Patrício Desde os anos sessenta com o Cinema Novo, a Caravana Farkas e os documentários sociológicos, que o povo do sertão nordestino ganhou certa visibilidade na cinematografia nacional, porém, poucos filmes dessa vertente cinematográfica conseguiram mostrar a miséria de um povo esquecido pelos poderes públicos através de…

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A CHINESA

Por Camila Mota É impressionante como obras antigas ainda podem nos marcar fortemente. Essa semana me peguei investigando filmes antigos e eis que encontro um filme de Godard esquecido aqui entre meus dvd’s, A chinesa, de 1967. Quarenta e cinco anos depois, me pego bestificada e encantada novamente por essa…

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LEOPOLDO SERRAN

 UMA CÂMERA SOBRE LIVROS Artigo Publicado originalmente no catálogo da mostra Leopoldo Serran, escrevendo imagens (2012) Por Guilherme Sarmiento Antes de avaliar os méritos das adaptações cinematográficas realizadas por Leopoldo Serran, gostaria de chamar a atenção para algumas dificuldades que todo crítico ou ensaísta encontra ao tratar o roteiro como…

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HESHER

Por Camila Mota A falta da mãe pode causar diversos distúrbios no ambiente familiar e, principalmente, na vida de uma criança. O filme Hesher trata exatamente desta questão. É interessante ainda, pois apesar de ser um drama, onde questões familiares são abordadas, o diretor cria uma forte ligação, e até…

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FREAKS

TODOS SOMOS FREAKS Por André Araújo A cada dia, o cinema nos prega uma peça, nos surpreende com o seu poder de unir, numa mesma obra, sentimentos tão diversos, que vão da repulsa à identificação. É impossível sair indiferente a uma sessão de Freaks. O filme rodado em 1932, e…

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O CORVO

Por Camila Mota Edgar Allan Poe foi um escritor, poeta, romancista e crítico literário estado-unidense, e que nesse filme, aparece como o único capaz de poder resolver os crimes que vem acontecendo na cidade de Baltimore. O filme traz ainda a suposta história de como Poe morreu, e de como…

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CAVALO DE TURIM

NIETZSCHE, O PROFETA DO APOCALIPSE Por Guilherme Sarmiento Há algumas semanas atrás, Carolina Dieckman saiu da livraria com um volume de Nietzsche debaixo do braço. Posicionou o exemplar de maneira a deixar o nome do filósofo bem nítido, junto de suas axilas perfumadas, num ângulo que permitisse aos paparazzo veicularem…

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FILMES IRANIANOS

A IMAGEM COPIADA   Por Guilherme Sarmiento Sempre estranhei o fato do Irã, um país islâmico e, consequentemente, avesso a qualquer tipo de idolatria através da representação, seja ela artística ou religiosa, tenha se tornado celeiro de um culto tão deslumbrante às imagens em movimento. Quem permitiu a este grupo…

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HITLER TERCEIRO MUNDO

Por Camila Yallouz   1.Introdução   José Agrippino de Paula, escritor, poeta, dramaturgo, performático e cineasta, faleceu em 2007 e apenas depois de sua morte foi devidamente visto pela crítica. Seu filme Hitler terceiro mundo jamais foi exibido comercialmente e é um caso exemplar de arte das bordas. Produzido no…

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DOIS COELHOS

Por Camila Mota   Nos dias atuais, uma das grandes discussões é de como vídeos que são postados na internet fazem tanto sucesso, como esse meio que até alguns anos atrás era de difícil acesso para as massas, como consegue atingir milhares de espectadores. Claro que com o barateamento e…

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ESTÔMAGO

  Por Camila Mota   No estomago tudo se mistura e vira uma coisa só. Raimundo Nonato, é o protagonista nessa história, vindo do interior, ele chega na capital para tentar mudar a sorte e melhorar de vida. No primeiro momento temos a apresentação de Raimundo Nonato e de Seu…

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XINGU

Por Camila Mota 1943, os irmãos Villas Bôas partem para uma viagem em busca de novas descobertas, em busca dos índios que viviam no Mato Grosso e que o governo procurava cada vez mais fazer contato. A história do Parque Nacional do Xingu nos é contada de uma maneira clássica…

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HABEMUS PAPAM

BARTLEBY NO VATICANO Por Guilherme Sarmiento Semana passada, para distrair meu filho de quatro anos, resolvi ler para ele A divina Comédia, de Dante. Era uma versão adaptada por Seymor Ghwast e recentemente publicada pelo selo de quadrinhos da Companhia das Letras. Conforme avançava na narrativa, percebia que os desenhos…

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O BRASIL COMO O OUTRO

A DICOTOMIA CLÁSSICA “NÓS-ELES” NO CINEMA por Dagoberto José Bordin   1. Introdução A dicotomia “nós-eles”, como método de classificação no âmbito da antropologia, pode não fazer mais muito sentido no século XXI, nas sociedades pós-coloniais, quando escasseiam cada vez mais nossas tradicionais comunidades de “nativos” e o sujeito/objeto das…

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O ARTISTA

UMA VIAGEM NO TEMPO Por Guilherme Sarmiento Ainda no início da sessão do filme O artista, comecei a imaginar como os espectadores do século passado, especialmente aqueles que viveram os conturbados anos 20, receberiam o filme dirigido por Michel Hazanavicius. Tentei me colocar no lugar daquela platéia cujo olhar viu…

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TRANSEUNTE

A GLORIOSA OPACIDADE DO ROSTO Por Guilherme Sarmiento Desde Rocha que voa, Eryk Rocha – assim como seus irmãos – deixou em suas obras a circunspecção de herdeiros mais preocupados em reverenciar a memória paterna do que afirmar as diferenças geracionais com relação ao Cinema Novo e sua liderança. Seu…

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