A REALIDADE ESTÁ LÁ FORA Por Adriano Oliveira 1. Do mercado para a academia The Matrix (1999) é, sob vários aspectos, um fenômeno da indústria de entretenimento. Sucesso de público e crítica, o filme, escrito e dirigido pelos irmãos Andy e Larry Wachowski, renovou o gênero da ficção científica, mesclando…
Continuar a lerSETE DIAS COM MARILYN
Por Camila Mota Marilyn Monroe foi uma das mais célebres atrizes norte-americanas na década de 50, brilhava não somente por ser talentosa, mas por ser também um ícone de sensualidade e popularidade no século XX. Em Sete Dias com Marilyn, o diretor Simon Curtis leva ao espectador, através do…
Continuar a lerDOIS OU TRÊS ASPECTOS SOBRE ACERCADACANA
Por Emerson Dias Como filmar o outro sem dominá-lo nem reduzi-lo? Como dar conta da força de um combate, de uma reivindicação de justiça e de dignidade, da riqueza de uma cultura, da singularidade de uma prática, caricatura-las, sem trai-las com uma tradução turística ou publicitária? Jean-Louis Comolli Acercadacana…
Continuar a lerBICICLETAS DE NHANDERÚ
Por Camila Mota Um raio que cai pode significar muitas coisas. Na Grécia antiga significava que Zeus, deus supremo, estava irritado com os mortais, e o mandava em direção à Terra com a intenção de puni-los. Na sociedade atual, um raio significa uma descarga elétrica perigosa aos que estiverem…
Continuar a lerOS FILMES DE AGNÈS
Por João Aleixo Os filmes de Agnès Varda fazem-me retornar a uma questão muito íntima: por que o documentário, por que o cinema? Saio de seus filmes querendo olhar, escavando na minha memória eventos que possam dar um filme. A partir de seu olhar, me pego tentando catar olhares sobre…
Continuar a lerSUBMARINO
Por Camila Mota Em Submarino, o diretor Thomas Vinterberg conta-nos uma história de abandono infantil: dois irmãos são obrigados a cuidar de um terceiro irmão, um bebê de não mais que 6 meses. O filme divide-se em três partes. A primeira mostra os meninos cuidando do irmãozinho e o amor…
Continuar a lerMELANCOLIA
Por Guilherme Sarmiento Com Melancolia, Lars von Trier parece concluir sua pequena saga escatológica iniciada com Anticristo, que, na bíblia, segundo o apocalipse, é o anunciante do fim dos tempos. Difícil será recompor a série numa trilogia, pois, o que vem após o fim, senão a ressurreição da carne…
Continuar a lerCONGADA DE ILHABELA
TV USP LANÇA SÉRIE DOCUMENTAL Por Camila Mota “Olá soldado, estamos na paz do senhor, sabe que hoje é chegado o dia, que havemos de dar principio à entrada naquele reino tão famoso, pois vencemos a batalha do famoso rei de congo” (trecho de música utilizada na Congada de…
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BOI ARUÁ
O ENCANTO POR PRIMEIRO Por Ana Paula Nunes “Você não pega esse boi, esse boi você não pega”. O verso repetido em Boi Aruá traduz a dificuldade de se enredar essa animação, em poucas palavras, na armadilha da racionalização. Trata-se de um filme cuidadosamente trabalhado para priorizar o sensorial…
Continuar a lerDJALIOH
O DIA EM QUE FLAUBERT LEU GILBERTO FREYRE Por Guilherme Sarmiento Assistir a estréia de Djalioh em Salvador, no Oi Futuro, em pleno teatro Castro Alves, me causou calafrios. Estava ali, sentado numa poltrona confortável, mas sentindo constantes incômodos conforme o filme expunha nossa herança cientificista, desafiando a platéia a…
Continuar a lerO HOMEM QUE NÃO DORMIA
Por Guilherme Sarmiento A primeira vez que eu ouvi falar sobre o projeto O homem que não dormia, de Edgard Navarro, foi na residência de meu amigo André Sampaio, no Rio de Janeiro, há mais ou menos três anos atrás. Luiz Paulino dos Santos, quando baixava da Serra do Matutu,…
Continuar a lerCINEOP: CINEMA É PATRIMÔNIO
Por Cyntia Nogueira Para quem chega de Cachoeira em Ouro Preto, impossível não perder algumas horas e talvez até dias pensando nas aproximações e diferenças entre essas duas cidades históricas, de arquitetura colonial, ícones de momentos econômicos fortes do Brasil Colônia, como os ciclos do açúcar e do fumo, na…
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A CRUZ NA PRAÇA
O HOMOEROTISMO SEGUNDO GLAUBER Por Guilherme Sarmiento Dentro do conjunto de filmes que compõem o legado de Glauber Rocha, nenhum deles possui tanta força espectral quanto A cruz na praça. Mesmo sendo uma obra para sempre perdida da cinematografia brasileira, materializa sombras tão compactas e tão consistentes que por segundos…
Continuar a lerAS INCONSTÂNCIAS DE UM CINEMA QUE SE DIZ UNIVERSITÁRIO (NA BAHIA)
Por Bruno Machado É possível ver o crescimento do cinema universitário como um modelo que se estabelece cada vez mais com naturalidade. Não simplesmente o cinema feito nas universidades, mas o cinema feito nas universidades de cinema, um modelo possível de linguagem e apropriações singulares que clame por um espaço…
Continuar a lerOLNEY SÃO PAULO
ESPLENDOR E MALDIÇÃO EM MANHÃ CINZENTA[1] Por Maria David Santos “Eu sou um jóvem que tem inclinação invulgar para o cinema. Porém, como neste mundo aquilo que mais desejamos nos foge sempre da mão, eu luto com incríveis dificuldades para alcançar o meu objetivo” (Carta de Olney São Paulo para…
Continuar a lerO ROTEIRO DE O ANJO NEGRO
Por Guilherme Sarmiento Há mais ou menos quarenta anos, o cineasta e crítico José Umberto, numa noite de insônia e febre, deitou no papel um conjunto de imagens delirantes, fruto de dois anos de reflexões agora transformadas em sintomas de uma virose repentina. Tinha 19 anos quando escreveu seu longa…
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O MÁGICO E O DELEGADO
Por Vonaldo Lopes O realizador do filme O Mágico e o Delegado, (1983), Fernando Coni Campos (Conceição de Almeida, BA, 1933), poeta, artista plástico, e um homem, acima de tudo, de cinema, viveu sua infância e parte da adolescência em Castro Alves (cidade localizada nos extremos do recôncavo e…
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A GRANDE FEIRA
Por Arthur Dias “… A feira vai ser engolida pelos tubarões. A Grande Feira vai acabar!” Poeta Cuíca de Santo Amaro A grande feira conta a história da hoje extinta feira de Água de Meninos e a luta dos feirantes que se organizam contra um futuro despejo. Conduzem a…
Continuar a lerBAHIA, CINEMA E MEMÓRIA
Por Laura Bezerra O cinema chega à Bahia Quase simultaneamente são realizadas, em 1895, as primeiras projeções de filmes pelos Irmãos Skladanowsky na Alemanha e pelos Irmãos Lumière na França. O Cinematógrafo dos Lumière transforma-se em uma sensação e, já no ano seguinte, começa a rodar o mundo. Em dezembro…
Continuar a lerOLNEY SÃO PAULO: PESQUISA SOBRE UM CINEASTA
Pelo Dr. Claudio C. Novaes e Ms. Mírian Sumica Carneiro Reis Analisamos, neste artigo, a concepção da pesquisa sobre Olney São Paulo, discutindo os aspectos do projeto desenvolvido no Núcleo de Estudos em Literatura e Cinema, da UEFS, que tem a perspectiva de reconstituir a trajetória do cineasta pelos caminhos…
Continuar a lerYES, OUI, BAHIA
Marcas identitárias nas telas estrangeiras de ficção Por Tunico Amâncio O Brasil filmado pelo cinema estrangeiro industrial de ficção segue um rigoroso ranking de atrações de interesse internacional, no tocante às metrópoles do país. Em primeiro lugar está o Rio de Janeiro, depois Brasília e Salvador, finalmente vem a Amazônia,…
Continuar a lerO ROSTO DO CINEMA BRASILEIRO
Por Carlos Diegues Mais que um parceiro de muitos filmes, Antonio Pitanga é um irmão que ocinema me deu. Como não podia deixar de ser, meu amor por ele começou nas telas quando, antes de conhecê-lo, o vi no hoje injustamente esquecido, mas sempre extraordinário, Bahia de Todos os Santos,…
Continuar a lerMATINÊS COM JORGE AMADO
Por Guilherme Sarmiento Jorjamado no cinema Não será sem alguma decepção que se concluirá a busca por Jorge Amado no cinema baiano.[1] Caso a procura seja na superfície dos títulos, somente atentando às adaptações cinematográficas mais óbvias, o pesquisador ficará um tanto intrigado com a ausência de filmes baseados nos…
Continuar a lerO VISÍVEL E O LEGÍVEL
ALBERTO CAVALCANTI E O IDEAL DAS VANGUARDAS HISTÓRICAS EUROPÉIAS Por Fernanda Aguiar Carneiro Martins Na época das vanguardas históricas européias, é interessante e bastante curioso observar o quanto o ver se encontra no centro das preocupações estéticas de artistas e cineastas. A paixão pelo “cinema” – do grego…
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EL GOCE TOTALITARIO – SALÒ DE PASOLINI
Por Eduardo Subirats 1. La Bastille En su Directorium Inquisitorum, el tratado sobre interrogatorios y torturas inquisitoriales de 1503, Nicolau Eimeric formuló una regla de oro. Según este teólogo, la tortura no debe considerarse bajo ningún pretexto como un simple juego arbitrario del crimen institucionalmente amparado en el nombre…
Continuar a lerCIDADE BAIXA
UMA INVESTIGAÇÃO SOBRE A COR Por Emerson Dias Diferente de muitas discussões e críticas sobre o filme Cidade Baixa, feitas tanto em páginas da internet como em festivais de cinema, esse artigo não se atém à análise do erotismo no cinema ou, tampouco, a refletir sobre a legitimidade moral das…
Continuar a lerTHOR, O FILME, E O MARAVILHOSO CRISTÃO
Por Guilherme Sarmiento Atualmente, nenhuma franquia cinematográfica produz sucessos com tanta regularidade quanto a Marvel Studios. A marca, definitivamente, deixou de ser somente um selo de quadrinhos para se transformar em uma poderosa usina de mundos expandidos, com seus heróis coloridos ganhando movimento e se espremendo, não sem certas perdas…
Continuar a lerTRÊS VEZES AMOR? – VISÕES SOBRE UM FILME
< Por Poliana Costa No primeiro longa-metragem de ficção do diretor João Jardim, conhecido por documentar aspectos sociais do povo brasileiro, como nos filmes Janela da alma, Pro dia nascer feliz e Lixo extraordinário, chamado Amor?, é posto em debate a violência existente em relações amorosas. Existe amor em uma…
Continuar a lerO BRASIL EM CURTA-METRAGEM
UMA BREVE HISTÓRIA Por Simplício Neto Este percurso do filme de curta-metragem no Brasil guarda um aspecto de paráfrase de três obras canônicas, fundamentais para o que Jean-Claude Bernardet chamou de historiografia clássica do cinema brasileiro em seu livro homônimo. Neste, o autor questiona, entre outros aspectos do seu…
Continuar a lerA GAROTA DA CAPA VERMELHA
Dir: Catherine Hardwicke 2011,Canadá Por: Camila Mota Idade Média ou Idade das Trevas. É assim que se descreve nos livros de história o período em que se situa o filme A garota da capa vermelha, uma época onde seres macabros e tenebrosos escondiam-se nas sombras e apareciam de tempos em…
Continuar a lerENTREVISTA: CLÁUDIO MARQUES E MARÍLIA HUGHES
“A BAHIA NÃO TEM GOSTO PELO CURTA-METRAGEM” Na sala do curta-metragista, organizador do Panorama Internacional Coisa de Cinema e sócio-diretor do Espaço Unibanco Glauber Rocha de Cinema, Cláudio Marques, na Praça Castro Alves, no Centro de Salvador, dois cartazes emoldurados na parede chamam atenção: um, do curta Xaréu, assinado por…
Continuar a lerNOVOS PERCURSOS
UM RECORTE SOBRE A PRODUÇÃO CEARENSE RECENTE Por Marcelo Ikeda 1. Introdução: um panorama da produção cinematográfica cearense contemporânea e o papel dos cursos de formação A recente produção cinematográfica cearense vem ganhando destaque a partir de uma forte repercussão em mostras e festivais brasileiros. “Nunca antes na história…
Continuar a lerJORNADAS EM CACHOEIRA
OS ANOS EM QUE A “HERÓICA” ABRIGOU O CINEMA Por Guido Araújo 1. Como tudo começou Antes de abordar o tema das Jornadas de Cinema da Bahia, não podemos deixar de falar sobre como e quando tudo começou. Era o ano difícil e triste de 1972, quando um clima pesado…
Continuar a lerO CURTA EM CANNES
Por Fernanda Aguiar C. Martins Louvável iniciativa a da chalet pointu de reunir em formato DVD uma coletânea de curtas-metragens selecionados para a Quinzena de Realizadores, programação paralela ao Festival Internacional de Cannes, conhecida pelo fato de revelar novos talentos. Mencionando apenas alguns nomes, atualmente célebres, descobertos na Quinzena, há…
Continuar a lerLOST FILMS
UM PORTAL ALÉM DA VIDA Por Guilherme Sarmiento Navegar é preciso, viver não é preciso. Esta frase cultuada como uma máxima de enciclopédia hoje tem em seu horizonte de expressão um ato tão hábil quanto inerte: ficar horas diante de uma tela de computador, “navegando” na internet. Não se precisa…
Continuar a lerO CORPO-IMAGEM NO NORDESTE BRASILEIRO
Por Danillo Barata Este artigo foi publicado no 20 Encontro Nacional da ANPAP A ideia de território, espaços físicos culturalmente informados, está cada fez mais presente nas discussões da arte contemporânea. No momento que as tensões e fronteiras se esgarçam numa nova cartografia que possibilita diálogos e trocas contundentes…
Continuar a lerCACHOEIRA DOC
ENCONTRO E CELEBRAÇÃO DO DOCUMENTÁRIO Por Toni Caldas Silêncio. O filme vai começar. Desejos que extrapolam o ordinário, movimentos, lugares, linguagens e um novo espaço. Olhares, sentidos, percebidos, analisados. Luz, câmera a ação de pé aplaudidos ao final. Assim, o abstrato se faz concreto no II Festival de…
Continuar a lerSALIVA – CURTA-METRAGEM E SENSAÇÃO
Por Emerson Dias Bolsista PIBIC do AIS – Análise da Imagem e do Som (CNPq), coordenado por Fernanda Aguiar C. Martins É ponto comum que a diferença primeira entre o longa e o curta-metragem seja a duração. Ao que parece, as narrativas e/ou discursos nos formatos curtos dão…
Continuar a lerEM DEFESA DO CURTA
Uma carta de Giba Assis Brasil Em agosto deste ano, os editores de Cinecachoeira entraram em contato com a Casa de Cinema de Porto Alegre, afinal, como abordar o curta-metragem no Brasil sem ao menos algumas palavras sobre esta produtora de antologias como “Ilha das flores”, “Barbosa”, “O dia…
Continuar a lerNAVARRO
Texto realizado para a disciplina de Crítica Cinematográfica, ministrada pela Professora Cyntia Nogueira em 2010 Por Diogo Nunes Navarro (1999), obra de Marcondes Dourado, tem na performance do cineasta Edgard Navarro toda a insatisfação de uma geração baiana que passou cerca de vinte anos sem filmar um longa. O filme…
Continuar a lerHANDEBOL
Texto realizado para a disciplina de Crítica Cinematográfica, ministrada pela Professora Cyntia Nogueira em 2010 Por Diego Jesus A juventude figura-se em Handebol (2010), de Anita Rocha da Silveira, através de elementos estéticos e lingüísticos que surgem no decorrer da estória e a constroem de órgão a órgão, como num…
Continuar a lerNEGO FUGIDO
FORRO OU FUGIDO? Texto realizado para a disciplina Crítica Cinematográfica, ministrada pela Professora Cyntia Nogueira Por Larissa Andrade “Brinquedo de nego forro fugido é abrir roda para mostrar que tudo é caça e caçador”. A frase define muito bem a complexidade da formação e posição social do negro brasileiro, evidenciado…
Continuar a lerVERSÕES DE UM SOL ALARANJADO
A CRIAÇÃO EM ROTEIRO Por Guilherme Sarmiento Escrever roteiro é uma tarefa invisível. Ao contrário de uma obra a céu aberto, seus inúmeros tratamentos ficam encerrados e, muitas vezes, nunca encontram a luz do sol. Nem mesmo viram rascunho ou sequer são impressos, amassados e jogados no lixo. Com…
Continuar a lerORFÃOS DE SYD FIELD
A ESCRITA EM CURTA-METRAGEM Por Guilherme Sarmiento Ato I Devo confessar uma blasfêmia. Nunca li Syd Field durante minha formação como roteirista. Talvez certa rebeldia juvenil contra o cinema americano tenha contribuído para este desdém um tanto afetado, que minha função pedagógica, hoje, desaconselha a radicalizar. Pois o fato…
Continuar a lerDURANTE O “CINEMA ALTERNATIVO”
O CURTA NA DÉCADA DE 1970 Por Roberto Moura 1 Pelo menos na percepção dos nascidos pela metade do século passado, a empreitada de escrever uma história do cinema no Brasil é ainda fato recente. Naquele tempo se pensava que os cinemas nacionais eram o objeto natural do historiador,…
Continuar a lerBRASILIANAS, DE HUMBERTO MAURO
A NOSTALGIA EM CURTAS Por Camila Mota Nascido em 30 de abril de 1897, na Zona da Mata Mineira, Humberto Duarte Mauro, filho de imigrante italiano e mãe mineira, foi um dos mais importantes cineastas do cinema brasileiro. Acredito que podemos dividir a carreira de Mauro em três momentos: o…
Continuar a lerTRÊS VEZES PITANGA NO CINEMA BAIANO
Por Maria do Socorro Carvalho (Texto extraído de Maria do Socorro Carvalho, A nova onda baiana; cinema na Bahia 1958/1962, Salvador, Edufba, 2003, pp. 143-170) Em novembro de 1959, o jovem Antônio Luís Sampaio teve sua primeira chance no cinema, ao ser levado para fazer um teste com o cineasta…
Continuar a lerCAPITÃES DE AREIA
Por Camila Mota “Nas ruas da mais misteriosa das cidades, eles viveram a aventura da liberdade” (Jorge Amado – Capitães da areia). Em 1937, Jorge Amado escreveu o livro Capitães da areia, no qual retratava a história de garotos de rua que sobreviviam de pequenos furtos na cidade de Salvador…
Continuar a lerROCK BRASÍLIA – ERA DE OURO
Por Diogo Nunes Brasília, ano de 2011. A vasta Esplanada dos Ministérios está vazia, como sempre, mas ouvimos gritos de uma multidão, acompanhados por guitarras e baixos que se afinam. As imagens áridas do monumento de Niemeyer são povoadas pelo barulho de uma multidão que paira, mas não se materializa.…
Continuar a lerLADRÕES DE CINEMA
Por Poliana Costa Em 1977, Fernando Coni Campos lança Ladrões de cinema, um filme que esperou oito anos, a partir da concepção do roteiro até a produção. Segundo Coni Campos, esse é o seu primeiro longa-metragem: toda a sua produção anterior é considerada por ele como ensaios. A obra rompe…
Continuar a lerALÉM DO GRUPO DZIGA VERTOV
GODARD E A IMAGEM QUE QUESTIONA Por João Paulo Miranda Maria No grupo Dziga Vertov[1], Godard estava à procura de uma inovação na forma de fazer seus filmes. A sua entrega para o método de produção coletiva teve consequências em sua produção seguinte, trazendo novos elementos que relêem a estrutura…
Continuar a lerA ALEGRIA
O PODER ULTRAJOVEM Por Guilherme Sarmiento Em janeiro de 1958, o cronista Rubem Braga deixou o testemunho de uma visão apocalíptica cuja beleza só poderia ser experimentada integralmente por aqueles que se deslocaram entre o Leme e o Pontal, equilibrando-se nas encostas castigadas pelas ondas e maravilhados com…
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O QUE HÁ ENTRE SUPEROUTRO E EU ME LEMBRO
Por Marcelo Matos Este texto é a reescritura de um anterior intitulado Entre “Eu Me lembro” e “SuperOutro”: um ensaio sobre a imobilidade, que escrevi em 2008, no afã do 1° Concurso de Crítica Cinematográfica Walter da Silveira da Fundação Cultural do Estado da Bahia. Mesmo tendo ganho…
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EM BUSCA DE AKPALÔ
Por Guilherme Sarmiento Existe uma frase dita por um autor, cujo nome me foge agora, que compara a morte de um ancião africano à queima de uma biblioteca. Pode-se aplicar uma variante a esta bonita imagem literária dizendo que um cineasta morto deixa para trás as cinzas de sonhos somente…
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PARTITURA DOS TRAÇOS
Carybé e o storyboard de Vadiação Por Guilherme Sarmiento Quando o argentino Hector Júlio Paride Bernabó, mais conhecido como Carybé, chegou a Salvador, em 1938, não perdeu tempo. Nos seis meses em que passou na Bahia como desenhista contratado do jornal argentino Pregón, foi atrás de Lampião e Maria…
Continuar a ler“A NOITE TRANSFIGURADA” – O CÉU, A SOMBRA, O FILME
Por Jacques Aumont[1] Tradução: Fernanda A. C. Martins A atração da sombra “Meu plano preferido seria uma parede, duas pessoas diante da parede, a luz e a sombra. Remove-se uma pessoa: ficam uma pessoa, a parede, a luz e a sombra. Remove-se a segunda pessoa: ficam a parede, a luz…
Continuar a lerALGUNS ASPECTOS DA MÚSICA NO CINEMA MODERNO BRASILEIRO
Por Guilherme Maia Ponto de convergência de forças que vinham se constituindo desde os últimos anos do século XIX, a Semana de Arte Moderna de 1922 é um marco emblemático de profundas transformações no modo de fazer artístico no Brasil. Com epicentro na literatura, as ideias sobre arte e sociedade…
Continuar a lerUMA COBERTURA DO I FESTIVAL DE DOCUMENTÁRIOS DE CACHOEIRA
Uma cobertura do I Festival de Documentários de Cachoeira Por André Araujo O Começo Até pouco tempo, essa cena pareceria improvável: numa praça de uma cidade do Recôncavo Baiano, com pouco mais de 30 mil habitantes, a exibição do primeiro documentário que se tem notícia acompanhado de uma orquestra tocando…
Continuar a lerAS INCONSTÂNCIAS DE UM CINEMA QUE SE DIZ BAIANO
Por André Setaro Apesar de já ser considerada uma centenária cinematografia, como no ano em curso se comemora, a rigor, no entanto, ouso dizer que não existe um cinema baiano, mas filmes baianos, porque, para a existência de um cinema baiano, por exemplo, haveria de se ter uma produção sistemática…
Continuar a lerUM DIA NA RAMPA-EM TEMPO
Pequenas anotações sobre um raro Luiz Paulino dos Santos Por André Sampaio Sou do tempo e estou no tempo Esse tempo me faz ver Lembranças de outro tempo Que me faz compreender Alfredo Gregório de Melo Um dia na rampa (1955) é filme do tempo da rampa do Mercado Modelo…
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WALTER DA SILVEIRA: ENTRE A SOLIDARIEDADE E A SOLIDÃO
Por Luís Alberto Rocha Melo O cinema deve ser a tradução de um tempo histórico a ser vivido – e, sobretudo, compreendido − no presente. Se o cinema tem tal capacidade de refletir a contemporaneidade, e já que seu poder de penetração nas mais vastas e diversificadas camadas da sociedade…
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MÁSCARA DA TRAIÇÃO E CINEMA POLICIAL
Por Rafael de Luna A década de 1950 foi um período de grandes mudanças no cinema brasileiro, com aumento no número de filmes produzidos, inovações nos modos de produção, elevação do nível técnico dos profissionais e dos equipamentos disponíveis e o investimento numa maior diversidade de gêneros. Acompanhando a recepção…
Continuar a lerCONTRACULTURA, HUMOR E EXPERIMENTAÇÃO NO CINEMA BAIANO
Por Cyntia Nogueira O cinema experimental encontrou um terreno fértil em Salvador a partir do final de 1960. A vivência de um ambiente marcado pela contracultura, pelo tropicalismo, na música, e pelas vanguardas artísticas de forma mais abrangente, emolduraram filmes que expressam as contradições do período pós AI-5 no Brasil,…
Continuar a lerCAVEIRA MY FRIEND – SUBVERSÃO DA REALIDADE DO CINEMA
Por Poliana Costa Em 1970, foi lançado o filme Caveira My Friend, o primeiro longa-metragem do diretor Álvaro Guimarães, que até hoje é referência quando se fala em cinema marginal brasileiro. Era uma época conturbada, dois anos após a implantação da mais rigorosa medida tomada pelo regime militar no Brasil,…
Continuar a lerO ANJO NEGRO
Por Larissa Brujin Protagonizado por Mário Gusmão, O anjo negro é um filme “carregado de folclore” (Jornal da Bahia, 1973), que nos incomoda, mas não num sentido ruim, agonizante, mas sim de um modo que nos faz refletir sobre o seu significado, principalmente, por se tratar de um tema racial.…
Continuar a lerESTUDOS DE CINEMA NA UNIVERSIDADE BRASILEIRA
Por Fernão Pessoa Ramos Estudos de Cinema é ainda uma área acadêmica em busca de reconhecimento. No caso brasileiro, a área de conhecimento “Cinema”, para órgãos de fomento à pesquisa como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq, situa-se no campo das “Artes”, embora historicamente tenha se…
Continuar a lerCINEMA MUSICAL BRASILEIRO: DOS FILMES CANTANTES AO CICLO DAS CHANCHADAS
Por André Luiz Machado de Lima O cinema brasileiro mantém uma estreita relação com a música popular e o carnaval desde os seus primórdios. No início do século XX, os filmes silenciosos – ou mudos – já desfrutavam de acompanhamento musical, fora e dentro das salas de exibição. A música,…
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