A GLORIOSA OPACIDADE DO ROSTO Por Guilherme Sarmiento Desde Rocha que voa, Eryk Rocha – assim como seus irmãos – deixou em suas obras a circunspecção de herdeiros mais preocupados em reverenciar a memória paterna do que afirmar as diferenças geracionais com relação ao Cinema Novo e sua liderança. Seu…
Continuar a lerSUBMARINO
Por Camila Mota Em Submarino, o diretor Thomas Vinterberg conta-nos uma história de abandono infantil: dois irmãos são obrigados a cuidar de um terceiro irmão, um bebê de não mais que 6 meses. O filme divide-se em três partes. A primeira mostra os meninos cuidando do irmãozinho e o amor…
Continuar a lerMELANCOLIA
Por Guilherme Sarmiento Com Melancolia, Lars von Trier parece concluir sua pequena saga escatológica iniciada com Anticristo, que, na bíblia, segundo o apocalipse, é o anunciante do fim dos tempos. Difícil será recompor a série numa trilogia, pois, o que vem após o fim, senão a ressurreição da carne…
Continuar a lerCONGADA DE ILHABELA
TV USP LANÇA SÉRIE DOCUMENTAL Por Camila Mota “Olá soldado, estamos na paz do senhor, sabe que hoje é chegado o dia, que havemos de dar principio à entrada naquele reino tão famoso, pois vencemos a batalha do famoso rei de congo” (trecho de música utilizada na Congada de…
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BOI ARUÁ
O ENCANTO POR PRIMEIRO Por Ana Paula Nunes “Você não pega esse boi, esse boi você não pega”. O verso repetido em Boi Aruá traduz a dificuldade de se enredar essa animação, em poucas palavras, na armadilha da racionalização. Trata-se de um filme cuidadosamente trabalhado para priorizar o sensorial…
Continuar a lerDJALIOH
O DIA EM QUE FLAUBERT LEU GILBERTO FREYRE Por Guilherme Sarmiento Assistir a estréia de Djalioh em Salvador, no Oi Futuro, em pleno teatro Castro Alves, me causou calafrios. Estava ali, sentado numa poltrona confortável, mas sentindo constantes incômodos conforme o filme expunha nossa herança cientificista, desafiando a platéia a…
Continuar a lerO HOMEM QUE NÃO DORMIA
Por Guilherme Sarmiento A primeira vez que eu ouvi falar sobre o projeto O homem que não dormia, de Edgard Navarro, foi na residência de meu amigo André Sampaio, no Rio de Janeiro, há mais ou menos três anos atrás. Luiz Paulino dos Santos, quando baixava da Serra do Matutu,…
Continuar a lerCINEOP: CINEMA É PATRIMÔNIO
Por Cyntia Nogueira Para quem chega de Cachoeira em Ouro Preto, impossível não perder algumas horas e talvez até dias pensando nas aproximações e diferenças entre essas duas cidades históricas, de arquitetura colonial, ícones de momentos econômicos fortes do Brasil Colônia, como os ciclos do açúcar e do fumo, na…
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A CRUZ NA PRAÇA
O HOMOEROTISMO SEGUNDO GLAUBER Por Guilherme Sarmiento Dentro do conjunto de filmes que compõem o legado de Glauber Rocha, nenhum deles possui tanta força espectral quanto A cruz na praça. Mesmo sendo uma obra para sempre perdida da cinematografia brasileira, materializa sombras tão compactas e tão consistentes que por segundos…
Continuar a lerAS INCONSTÂNCIAS DE UM CINEMA QUE SE DIZ UNIVERSITÁRIO (NA BAHIA)
Por Bruno Machado É possível ver o crescimento do cinema universitário como um modelo que se estabelece cada vez mais com naturalidade. Não simplesmente o cinema feito nas universidades, mas o cinema feito nas universidades de cinema, um modelo possível de linguagem e apropriações singulares que clame por um espaço…
Continuar a lerOLNEY SÃO PAULO
ESPLENDOR E MALDIÇÃO EM MANHÃ CINZENTA[1] Por Maria David Santos “Eu sou um jóvem que tem inclinação invulgar para o cinema. Porém, como neste mundo aquilo que mais desejamos nos foge sempre da mão, eu luto com incríveis dificuldades para alcançar o meu objetivo” (Carta de Olney São Paulo para…
Continuar a lerO ROTEIRO DE O ANJO NEGRO
Por Guilherme Sarmiento Há mais ou menos quarenta anos, o cineasta e crítico José Umberto, numa noite de insônia e febre, deitou no papel um conjunto de imagens delirantes, fruto de dois anos de reflexões agora transformadas em sintomas de uma virose repentina. Tinha 19 anos quando escreveu seu longa…
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O MÁGICO E O DELEGADO
Por Vonaldo Lopes O realizador do filme O Mágico e o Delegado, (1983), Fernando Coni Campos (Conceição de Almeida, BA, 1933), poeta, artista plástico, e um homem, acima de tudo, de cinema, viveu sua infância e parte da adolescência em Castro Alves (cidade localizada nos extremos do recôncavo e…
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A GRANDE FEIRA
Por Arthur Dias “… A feira vai ser engolida pelos tubarões. A Grande Feira vai acabar!” Poeta Cuíca de Santo Amaro A grande feira conta a história da hoje extinta feira de Água de Meninos e a luta dos feirantes que se organizam contra um futuro despejo. Conduzem a…
Continuar a lerBAHIA, CINEMA E MEMÓRIA
Por Laura Bezerra O cinema chega à Bahia Quase simultaneamente são realizadas, em 1895, as primeiras projeções de filmes pelos Irmãos Skladanowsky na Alemanha e pelos Irmãos Lumière na França. O Cinematógrafo dos Lumière transforma-se em uma sensação e, já no ano seguinte, começa a rodar o mundo. Em dezembro…
Continuar a lerOLNEY SÃO PAULO: PESQUISA SOBRE UM CINEASTA
Pelo Dr. Claudio C. Novaes e Ms. Mírian Sumica Carneiro Reis Analisamos, neste artigo, a concepção da pesquisa sobre Olney São Paulo, discutindo os aspectos do projeto desenvolvido no Núcleo de Estudos em Literatura e Cinema, da UEFS, que tem a perspectiva de reconstituir a trajetória do cineasta pelos caminhos…
Continuar a lerYES, OUI, BAHIA
Marcas identitárias nas telas estrangeiras de ficção Por Tunico Amâncio O Brasil filmado pelo cinema estrangeiro industrial de ficção segue um rigoroso ranking de atrações de interesse internacional, no tocante às metrópoles do país. Em primeiro lugar está o Rio de Janeiro, depois Brasília e Salvador, finalmente vem a Amazônia,…
Continuar a lerO ROSTO DO CINEMA BRASILEIRO
Por Carlos Diegues Mais que um parceiro de muitos filmes, Antonio Pitanga é um irmão que ocinema me deu. Como não podia deixar de ser, meu amor por ele começou nas telas quando, antes de conhecê-lo, o vi no hoje injustamente esquecido, mas sempre extraordinário, Bahia de Todos os Santos,…
Continuar a lerMATINÊS COM JORGE AMADO
Por Guilherme Sarmiento Jorjamado no cinema Não será sem alguma decepção que se concluirá a busca por Jorge Amado no cinema baiano.[1] Caso a procura seja na superfície dos títulos, somente atentando às adaptações cinematográficas mais óbvias, o pesquisador ficará um tanto intrigado com a ausência de filmes baseados nos…
Continuar a lerO VISÍVEL E O LEGÍVEL
ALBERTO CAVALCANTI E O IDEAL DAS VANGUARDAS HISTÓRICAS EUROPÉIAS Por Fernanda Aguiar Carneiro Martins Na época das vanguardas históricas européias, é interessante e bastante curioso observar o quanto o ver se encontra no centro das preocupações estéticas de artistas e cineastas. A paixão pelo “cinema” – do grego…
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EL GOCE TOTALITARIO – SALÒ DE PASOLINI
Por Eduardo Subirats 1. La Bastille En su Directorium Inquisitorum, el tratado sobre interrogatorios y torturas inquisitoriales de 1503, Nicolau Eimeric formuló una regla de oro. Según este teólogo, la tortura no debe considerarse bajo ningún pretexto como un simple juego arbitrario del crimen institucionalmente amparado en el nombre…
Continuar a lerCIDADE BAIXA
UMA INVESTIGAÇÃO SOBRE A COR Por Emerson Dias Diferente de muitas discussões e críticas sobre o filme Cidade Baixa, feitas tanto em páginas da internet como em festivais de cinema, esse artigo não se atém à análise do erotismo no cinema ou, tampouco, a refletir sobre a legitimidade moral das…
Continuar a lerTHOR, O FILME, E O MARAVILHOSO CRISTÃO
Por Guilherme Sarmiento Atualmente, nenhuma franquia cinematográfica produz sucessos com tanta regularidade quanto a Marvel Studios. A marca, definitivamente, deixou de ser somente um selo de quadrinhos para se transformar em uma poderosa usina de mundos expandidos, com seus heróis coloridos ganhando movimento e se espremendo, não sem certas perdas…
Continuar a lerTRÊS VEZES AMOR? – VISÕES SOBRE UM FILME
< Por Poliana Costa No primeiro longa-metragem de ficção do diretor João Jardim, conhecido por documentar aspectos sociais do povo brasileiro, como nos filmes Janela da alma, Pro dia nascer feliz e Lixo extraordinário, chamado Amor?, é posto em debate a violência existente em relações amorosas. Existe amor em uma…
Continuar a lerTRÊS VEZES PITANGA NO CINEMA BAIANO
Por Maria do Socorro Carvalho (Texto extraído de Maria do Socorro Carvalho, A nova onda baiana; cinema na Bahia 1958/1962, Salvador, Edufba, 2003, pp. 143-170) Em novembro de 1959, o jovem Antônio Luís Sampaio teve sua primeira chance no cinema, ao ser levado para fazer um teste com o cineasta…
Continuar a lerCAPITÃES DE AREIA
Por Camila Mota “Nas ruas da mais misteriosa das cidades, eles viveram a aventura da liberdade” (Jorge Amado – Capitães da areia). Em 1937, Jorge Amado escreveu o livro Capitães da areia, no qual retratava a história de garotos de rua que sobreviviam de pequenos furtos na cidade de Salvador…
Continuar a lerROCK BRASÍLIA – ERA DE OURO
Por Diogo Nunes Brasília, ano de 2011. A vasta Esplanada dos Ministérios está vazia, como sempre, mas ouvimos gritos de uma multidão, acompanhados por guitarras e baixos que se afinam. As imagens áridas do monumento de Niemeyer são povoadas pelo barulho de uma multidão que paira, mas não se materializa.…
Continuar a lerLADRÕES DE CINEMA
Por Poliana Costa Em 1977, Fernando Coni Campos lança Ladrões de cinema, um filme que esperou oito anos, a partir da concepção do roteiro até a produção. Segundo Coni Campos, esse é o seu primeiro longa-metragem: toda a sua produção anterior é considerada por ele como ensaios. A obra rompe…
Continuar a lerALÉM DO GRUPO DZIGA VERTOV
GODARD E A IMAGEM QUE QUESTIONA Por João Paulo Miranda Maria No grupo Dziga Vertov[1], Godard estava à procura de uma inovação na forma de fazer seus filmes. A sua entrega para o método de produção coletiva teve consequências em sua produção seguinte, trazendo novos elementos que relêem a estrutura…
Continuar a lerA ALEGRIA
O PODER ULTRAJOVEM Por Guilherme Sarmiento Em janeiro de 1958, o cronista Rubem Braga deixou o testemunho de uma visão apocalíptica cuja beleza só poderia ser experimentada integralmente por aqueles que se deslocaram entre o Leme e o Pontal, equilibrando-se nas encostas castigadas pelas ondas e maravilhados com…
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O QUE HÁ ENTRE SUPEROUTRO E EU ME LEMBRO
Por Marcelo Matos Este texto é a reescritura de um anterior intitulado Entre “Eu Me lembro” e “SuperOutro”: um ensaio sobre a imobilidade, que escrevi em 2008, no afã do 1° Concurso de Crítica Cinematográfica Walter da Silveira da Fundação Cultural do Estado da Bahia. Mesmo tendo ganho…
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