Camila Mota Cinema e música unem-se novamente no documentário de Eryk Rocha. Não é nenhuma novidade vermos essas duas formas artísticas agirem de maneira conjunta, afinal desde os primórdios do cinematógrafo que a música o acompanha. O que chama atenção em Jards é a maneira artesanal com que Eryk Rocha…
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TRABALHAR CANSA
Por Ian Gadelha Trabalhar cansa é um filme diferenciado dentro do cinema brasileiro contemporâneo: não pela temática que aborda, mas pela escolha de um viés sobrenatural e fantástico para temas tão caros à sociedade. A trama é simples: Helena, mulher de classe média, resolve alugar um velho mercado…
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NARRADORES DE JAVÉ SEGUNDO GIDDENS
Por Gleydson Públio A sociologia, segundo Giddens, “é o estudo da vida social humana” (GIDDENS, p.24, 2005), e usando tal definição podemos analisar aspectos do filme Narradores de Javé, pois ele nos faz refletir sobre vários aspectos de nossa sociedade. O presente texto faz uma breve análise do filme e…
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ENTREVISTA – MIKA KAURISMAKI
Por mais que Mika Kaurismaki tente ser discreto, acaba chamando a atenção por revelar com sua aparência tudo aquilo que imaginamos como estrangeiro. Na verdade, trata-se de um cineasta em permanente trânsito: nascido na Finlândia, mora no Brasil e filma em toda a parte do mundo. Desde a década de…
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AMOR
MICHAEL HANEKE E AS LÁGRIMAS Logo que cheguei à Sala de Arte Vivo Paseo, localizada em um shopping pequeno e burguês, onde se serve no saguão comida mexicana com um acentuado gosto de cominho, uma velhinha simpática pegava da mão do bilheteiro o seu troco. Ela iria assistir ao filme…
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BOA VISTA PARA O MUNDO
Infância, Memória e Imagem “As crianças pequenas têm muito mais percepção do que termos para traduzi-las; sua visão é em todos os momentos mais rica, sua captação é sempre mais forte que o vocabulário do qual podem dispor”. Henry James 1. Introdução A partir das imagens produzidas…
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O CAVALO DE TURIM EM DEZ PONTOS
Por Luís Mendonça Em off ouvimos “a história”. Século XIX. Nietzsche agarra-se a um cavalo que é fustigado por um cocheiro. Pouco depois, enlouquece e cala-se para sempre. Logo a seguir, as imagens acendem-se como uma lamparina antiga e ouvimos, em on, cada plano. (1) Um cavalo em primeiro plano…
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ENTREVISTA COM HELENA IGNEZ
UMA PERSONAGEM MAIOR DO QUE A VIDA [vimeo 54199668] Quando chego a São Paulo, uma surpresa: entro em um taxi conduzido por uma mulher. Dona Violeta, uma senhora de cinquenta anos, possui a curiosidade metafísica comum a todos os taxistas. Com o olhar atento ao trânsito, pergunta-me de onde venho…
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NOTAS SOBRE LUZ NAS TREVAS
POR OCASIÃO DA HOMENAGEM A HELENA IGNEZ Por Ismail Xavier Em Canção de Baal, Helena Ignez realizou um espetáculo de alta densidade, verdadeira pérola de um cinema contemporâneo rarefeito em criações desta envergadura. O filme incorpora uma experiência cultural das últimas décadas que Helena simboliza em seu extraordinário percurso de…
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HERMILO CONTRA EVALDO
A PRIMEIRA TEORIA DO CINEMA DO BRASIL Por Paulo Carneiro da Cunha Filho Este artigo resgata a repercussão do livro A Imagem Autônoma, lançado em 1972, e a polêmica intelectual envolvendo dois intelectuais pernambucanos: o filósofo Evaldo Coutinho e o romancista Hermilo Borba Filho. Os argumentos revivem as polémicas…
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ROTEIRO DO SUDOSTE
Por Guilherme Sarmiento Logo após se separar do segundo casamento, minha avó foi morar sozinha em Monte Alto, vilarejo de Arraial do Cabo, localizado, mais ou menos, a 18 km de Cabo Frio. Eu e meu irmão, muitas vezes, íamos passar os fins de semana lá. O percurso entre minha…
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CINEMA E ANTROPOLOGIA
Por José da Silva Ribeiro Em Setembro de 2009, realizou-se em Portugal o I Festival de Cinema Antropológico e o estudo sistemático do cinema em antropologia tem dado no país, ainda que hesitantes, os primeiros passos. Em primeiro lugar foram muitos os colegas antropólogos ou documentaristas que fizeram…
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A 24 QUADROS
TEMPOS E MOVIMENTOS EM HELENA IGNEZ [vimeo 55791083] Por Camila Yallouz e Glenda Nicácio “- Eu sou simplesmente uma mulher do século XXI, sou um demônio antiocidental. Eu cheguei antes, por isso sou errada assim!” [1] Subindo por um balão e desaparecendo no infinito das galáxias,…
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ÍNDIOS E REGISTROS FÍLMICOS
FILMES DO LABORATÓRIO DE ANTROPOLOGIA VISUAL EM ALAGOAS Por Sílvia Aguiar Carneiro Martins O presente trabalho propõe uma reflexão a respeito dos filmes produzidos por pesquisadores do AVAL – Grupo de Pesquisa Antropologia Visual em Alagoas, fundado em 2004, com pesquisadores vinculados a diferentes instituições. Como um grupo de pesquisa…
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CANÇÃO DE BAAL
UM ÉPICO CONTEMPORÂNEO. Por Angelita Bogado Helena Ignez, atriz consagrada pelo cinema brasileiro, apresenta ousadia e originalidade em seu longa metragem de estreia Canção de Baal (2008). Inspirada na obra do dramaturgo alemão Bertolt Brecht (1898-1956), Ignez reverencia o teatrólogo, mas também o subverte. Esta leitura apontará o…
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FEMINA
CONTRIBUIÇÃO PARA UM CINEMA MAIS FEMININO [vimeo 54336614] Por Paula Alves A mulher no cinema Segundo Buet (BUET, 1999: p.4-19), nas primeiras décadas do cinema, as mulheres estavam presentes principalmente como atrizes e assistentes. A presença na direção era rara. O cinema de mulheres desponta na Europa especialmente…
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CINEMA DOCUMENTÁRIO, OU NÃO
O REAL E A POÉTICA DO COTIDIANO EM VIAJO PORQUE PRECISO VOLTO PORQUE TE AMO E AVENIDA BRASÍLIA FORMOSA *Este artigo foi publicado no livro Salve o Cinema II, organizado por Fábio Henrique Nunes Medeiros e Taiza Mara Rauen Moraes, Editora da Univille, Joinville, 2011. Por Alexandre Figueirôa Introdução…
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CARMEN SANTOS
SOB A LUZ DAS ESTRELAS Por Ana Pessoa À primeira vista, a biografia de Carmen Santos (1904-1952) mais parece um conto de fadas dos tempos modernos: uma pobre imigrante se torna uma sedutora estrela e influente produtora de cinema. Ao se acompanhar o percurso pessoal de Carmen,…
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COMO ERA GOSTOSO O MEU FRANCÊS
OS ÍNDIOS TUPINAMBÁS SOB A ÓTICA FEMININA Por Juliana Barreto Farias Em meados da década de 1960, durante o processo de criação do roteiro, dos cenários e figurinos do filme Como era gostoso meu francês, Nelson Pereira dos Santos procurou “ler tudo” que se relacionasse com os…
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EU, ASSISTENTE DE CÂMERA, MULHER
[vimeo 55728269] Por Renata Reis Ingressei na faculdade de Cinema e Vídeo da Universidade Federal Fluminense, localizada em Niterói, em 1993, sem ter ideia do que seria trabalhar com cinema. Tinha apenas o desejo de escrever roteiros e dirigir filmes. Durante o curso, nosso professor de Iluminação…
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AS MUSAS DA PORNOCHANCHADA
[vimeo 55722427] Por Jorge Barboza Em 1970 As musas da pornochanchada… Bem, falar de pornochanchada hoje em dia, quem vai se lembrar? Nós, claro, os cinquentões cinéfilos de um momento muito especial do cinema – quando éramos adolescentes e o país sobrevivia a uma ditadura militar. O…
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A IMAGEM AMBÍGUA – NARRAÇÃO E DESEJO
UMA LEITURA DE ORLANDO [vimeo 55121021] Por Rita Lima As primeiras observações de Virginia Woolf, ao nos apresentar Orlando (1928), é de que não há dúvidas a respeito do seu sexo. Logo em seguida, algumas páginas adiante, ela afirma o desejo do seu personagem: escrever, narrar, enchendo de versos…
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REVISTA CINEMA LIVRE
No início da década de 1980, o cineasta e crítico José Umberto elaborou um projeto de revista onde cada número seria editado por um cineasta convidado, com autonomia para elencar sua própria equipe de redatores e colaboradores. A iniciativa gerou 4 edições, a primeira delas montada pelo próprio José Umberto.…
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ENTREVISTA COM LEON SAMPAIO
Hoje vamos continuar a série de entrevistas com os realizadores baianos apresentando uma “prata da casa”: Leon Sampaio, aluno do curso de cinema da UFRB. Seu curta O cadeado, sobre um professor que encontra a escola fechada e é impedido de dar aula, vem, sem grandes alardes, ganhando prêmios nos…
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